17 de March de 2022 | Medicina do Estilo de Vida
Muito provavelmente você já ouviu falar do Produto Interno Bruto, o PIB representa a soma de todos os bens e serviços produzidos numa determinada região ou país e é um dos indicadores mais utilizados para quantificar a atividade econômica. Mas será que riqueza material é sinônimo de felicidade?
O termo Felicidade Interna Bruta (FIB) foi sugerido pelo 4° rei do Butão Jigme Singye Wangchuck, em 1972, em resposta a críticas que afirmavam que a economia do seu país crescia miseravelmente. Ele acreditava que o verdadeiro desenvolvimento de uma sociedade humana surge quando o desenvolvimento psicológico e o desenvolvimento material são simultâneos e complementares. Essa visão se encaixa perfeitamente na cultura e religião do povo butanês, de maioria budista, mas será que pode ser utilizado por outros países?
Acreditando que sim, em 2011, a Assembleia Geral da ONU aprovou a Resolução "Felicidade: rumo a uma abordagem holística do desenvolvimento", convidando os países membros a seguir o exemplo do Butão e medir a felicidade e o bem-estar e chamar a felicidade de "objetivo humano fundamental". Em 2012, o primeiro-ministro do Butão, Jigme Thinley, e o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, organizaram o evento "Bem-estar e Felicidade: Definindo um Novo Paradigma Econômico" para incentivar a disseminação da filosofia do FIB do Butão. Nesta reunião foi divulgado o primeiro Relatório Mundial da Felicidade e no mesmo ano a ONU declarou o dia 20 de março como o Dia Internacional da Felicidade.
Com a ajuda da ONU e de vários outros países, especialistas desenvolveram o índice FIB, um complexo conjunto de indicadores que mede o progresso de uma região em nove dimensões: padrão de vida, governança, educação, saúde, vitalidade comunitária, proteção ambiental, acesso à cultura, gerenciamento equilibrado do tempo e bem estar psicológico (Veja a figura).
A Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU (SDSN, na sigla em inglês), criado em 2012 com a missão de promover abordagens integradas para implementar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), publica anualmente o Relatório Mundial da Felicidade. Desde 2018 a Finlândia ocupa a posição de país mais feliz do mundo, em 2021 Brasil ocupou a 41° posição no ranking de 95 países analisados. O relatório de 2022 será lançado no próximo dia 18 de março e este ano completa 10 anos de sua publicação.
No Brasil uma grande incentivadora da FIB é a Dra. Susan Andrews do Instituto Visão Futuro (@institutovisaofuturo), que já realizou pesquisas com o índice em cidades do interior de São Paulo.
O FIB distingue-se do PIB por valorizar a felicidade coletiva como meta da governança, enfatizando a harmonia com a natureza e os valores tradicionais, o PIB não leva em consideração os custos ambientais decorrentes do seu crescimento. Sendo assim, medir o sucesso de uma nação somente pela situação econômica do país não parece suficiente para avaliar o bem-estar da população.