Mas não é caro se alimentar de forma saudável?

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23 de September de 2021 | Medicina do Estilo de Vida

Pesquisadores de Harvard tentaram descobrir quais são as maiores relações custo-benefício comparando o custo nos Estados Unidos e os benefícios que vários alimentos poderiam trazer à saúde. Eles constataram que, em termos de valor nutritivo por dólar, as pessoas deveriam comprar mais oleaginosas, alimentos de soja, feijões e grãos integrais, e menos carne e laticínios. E concluíram: “A compra de alimentos à base de vegetais é o melhor investimento para a saúde da dieta.”

Os alimentos mais saudáveis perdem apenas em questão de custo por caloria. No século XIX, se dava muita importância para as calorias baratas, não importando como elas eram obtidas. Desse modo, embora o feijão e o açúcar tivessem o mesmo preço na época (10 centavos de dólar o quilo), o Departamento de Agricultura dos EUA promovia o açúcar como tendo um custo que compensava mais por puro “valor combustível”.

O Departamento de Agricultura pode ser perdoado por não levar em conta a diferença nutricional entre o feijão e o açúcar puro. Afinal, àquela altura as vitaminas ainda não tinham sido descobertas. Hoje, temos mais conhecimento e podemos comparar o custo dos alimentos com base no conteúdo nutricional. Uma porção média de legumes e verduras pode custar quatro vezes mais do que uma porção média de junk-food, mas ela pode ser 24 vezes mais nutritiva. Portanto, em termos de custo por nutrição, legumes e verduras oferecem seis vezes mais nutrição por dólar, comparados a alimentos muito processados. A carne custa o triplo que os legumes e as verduras, mas rende dezesseis vezes menos nutrição com base em um conjunto de nutrientes. Como a carne é menos nutritiva e custa mais, os legumes e as verduras rendem ao consumidor 48 vezes mais nutrição por dólar do que ela.

Se o seu objetivo é ingerir o máximo possível de calorias pela menor quantia de dinheiro, então os alimentos mais saudáveis saem perdendo; mas, se você quer se nutrir pelo menor custo possível, não olhe além da seção de hortifrúti. Gastando apenas 50 centavos de dólar a mais por dia em frutas, legumes e verduras, você acaba comprando uma queda de 10% em mortalidade. Uma pechincha!

Imagine se existisse uma pílula que reduzisse em 10% suas chances de morrer na próxima década e tivesse apenas efeitos colaterais bons. Quanto você acha que uma empresa farmacêutica cobraria por ela? Provavelmente mais de 50 centavos de dólar.

@dr_youngblood
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Fonte: Greger, Michael; Stone, Gene. Comer para não morrer (pp. 389-390). Ed. Intrínseca.

Dr. Marcelo Rezende Young Blood Dr. Marcelo Rezende Young Blood