Se sente triste ou ansioso? O excesso de “junk food” pode ser o problema!

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20 de September de 2022 | Especialidade Médica

“Junk food” é o termo em inglês para indicar comida não saudável, alimentos que são ricos em calorias, gorduras, açúcares, sódio, aditivos alimentares e que, portanto, possuem baixa qualidade nutricional. A maioria de nós escolhe o que come baseado no sabor e a indústria de alimentos sabe muito bem disso. Acho que está na hora de repensar esse hábito, pois a sua saúde mental está em risco.
    Um novo estudo explorou se os indivíduos que consomem quantidades maiores de alimentos ultraprocessados têm mais sintomas de ansiedade e depressão. Você já deve imaginar o resultado, mas antes deixa eu te explicar o que são alimentos ultraprocessados. Embora sejam convenientes, de baixo custo, rápidos de preparar ou prontos para comer, essas formulações industriais de substâncias alimentares processadas (óleos, gorduras, açúcares, amido, isolados de proteínas) contêm pouco ou nenhum alimento inteiro. Eles resultam de extensos "processos físicos, biológicos e químicos" que criam produtos alimentícios que são deficientes em alimentos originais e naturais. Os alimentos ultraprocessados geralmente incluem aromatizantes, corantes, emulsificantes e outros aditivos cosméticos.
    Os pesquisadores usaram a classificação de alimentos NOVA, um sistema criado no Brasil e já utilizado desde 2014 no nosso Guia Alimentar (veja o link nas referências) e agora recomendado pela agência da ONU responsável pela área de Alimentação e Agricultura. A NOVA organiza alimentos e bebidas em quatro grupos: alimentos naturais ou minimamente processados, ingredientes culinários processados, alimentos processados e alimentos ultraprocessados.
    Eles estudaram 10.359 adultos com mais 18 anos dos EUA e os resultados mostraram que os indivíduos que consumiram mais alimentos ultraprocessados em comparação com aqueles que consumiram a menor quantidade tiveram aumentos significativos de sintomas depressivos leves e “dias ansiosos”.
    Dr. Eric Hecht, Ph.D., principal autor do trabalho, afirmou: “Mais de 70% dos alimentos embalados nos EUA são classificados como alimentos ultraprocessados e representam cerca de 60% de todas as calorias consumidas pelos americanos. Dada a magnitude da exposição e os efeitos do consumo de alimentos ultraprocessados, nosso estudo tem implicações clínicas e de saúde pública significativas.”
    O que você pensa sobre isso? Compartilhe a sua opinião com a gente.

Referências: https://www.fau.edu/newsdesk/articles/ultra-processed-food-study.php
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_versao_resumida.pdf
Hecht, E. M., Rabil, A., Martinez Steele, E., Abrams, G. A., Ware, D., Landy, D. C., & Hennekens, C. H. (2022). Cross-sectional examination of ultra-processed food consumption and adverse mental health symptoms. Public Health Nutrition, 1–10. https://doi.org/10.1017/S1368980022001586

Dr. Marcelo Rezende Young Blood Dr. Marcelo Rezende Young Blood