08 de April de 2022 | Medicina do Estilo de Vida
A insônia é um problema bastante comum hoje em dia, surge como uma dificuldade em iniciar ou manter o sono com prejuízo da concentração seguinte, cansaço ou falta de energia durante o dia. 70% das pessoas com transtornos mentais referem algum problema com o sono. Atualmente, as pesquisas mostram que talvez não seja suficiente tratar apenas o problema mental de base e a insônia precisa de um tratamento específico.
A melhor forma de tratamento não é medicamentosa, a Terapia Cognitivo Comportamental para a Insônia (TCC-I) é a primeira escolha nos indivíduos sem transtornos psiquiátricos graves. As pessoas insones geralmente desenvolvem pensamentos e comportamentos negativos em relação ao sono e a TCC-I consiste em uma abordagem psicoterapêutica focada nisso, sendo realizada de forma presencial ou via internet com um psicólogo especializado nesse tipo de tratamento.
O programa padrão da TCC-I envolve 6 a 12 semanas de sessões com diferentes abordagens e técnicas específicas para cada caso. Ela pode incluir controle de estímulos, restrição do sono, biofeedback, relaxamento e educação sobre higiene do sono. O objetivo desta terapia é modificar as associações negativas relacionadas ao sono e transformá-las em associações mais realistas e positivas.
Em uma recente revisão sistemática sobre o assunto Elisabeth Hertenstein, da Universidade de Bert na Suíça, em conjunto com outros colaboradores da Alemanha e Holanda, concluíram que a TCC-I é altamente eficaz no tratamento da insônia comórbida, ou seja, quando ela surge como um dos sintomas de outra doença mental mais grave. A depressão, o transtorno de estresse pós traumático e a dependência de álcool são os problemas com melhores resultados. Além de melhorar o sono a TCC-I também amenizou outros sintomas destes problemas.
Nossa cultura de saúde valoriza muito os tratamentos medicamentosos, eles não são ruins, porém, precisamos repensar a estratégia e utilizar formas não medicamentosas como a TCC-I e as medidas de estilo de vida como prioridades.
Fontes: